22/04/2018 às 10h00min - Atualizada em 22/04/2018 às 10h00min

Divulgação de fotos intimas de alunas de Alumínio vira caso de Polícia

Divulgação e compartilhamento de material íntimo alheio é considerado crime

A divulgação não autorizada de fotos e vídeos intimas de alunas de uma escola de Alumínio virou caso de Polícia. Segundo os registros da ocorrência, na última sexta-feira três alunas que estudam na escola ficaram sabendo que fotos e vídeos delas nuas haviam sido divulgadas em um site pornográfico por alunos da instituição e que um grupo no What’sApp, também criado pelos estudantes e estavam compartilhando o mesmo material.

Diante da situação a instituição foi acionada sobre o caso, que foi registrado na Delegacia de São Roque. As estudantes afirmaram ao diretor da escola que o material pornográfico havia sido furtado por alguns estudantes de seus celulares, no final do ano passado, e que o material estava circulando através de um grupo criado pelo What’sApp. O caso teria acontecido no final do ano passado, porém nenhuma ação judicial foi tomada na época pois, o fato não chegou a ser levado para a diretoria da instituição, já que os estudantes teriam tentado resolver o caso entre eles.

Porém na semana passada as alunas descobriram que o mesmo material havia sido divulgado em uma página pornográfica, sendo acessado por milhares de pessoas na rede.

Diante da situação, as atitudes cabíveis serão tomadas pelos pais e advogados das adolescentes e as autoridades passarão a investigar o caso. O diretor da instituição também afirmou em documento enviado as autoridades que irá intensificar com os alunos os trabalhos com relação a ética, respeito e segurança no ambiente digital.

Crime digital recorrente

Infelizmente o caso das alunas de Alumínio não é um caso isolado e em geral as mulheres são as maiores vítimas. Segundo levantamento realizado pela Safernet, associação com foco na promoção e defesa dos Direitos Humanos na Internet no Brasil e que busca prestar ajuda a pessoas que tiveram seus direitos violados pela internet, entre as vítimas de divulgação de material intimo pela internet com menos de 18 anos, 80% são mulheres.

E estas são apenas os casos conhecidos e atendidos pela ONG, pois o número real deve ser muito maior já que todos conhecemos casos de garotas ou mulheres que tiveram seus vídeos e fotos intimas vazadas nas redes. Casos que tendem a cair no esquecimento pois a sociedade insiste em culpar a vítima pelo vazamento através da lógica deturpada de que: se ela tirou ou enviou as fotos, ela é a responsável primária pelo vazamento.

É importante esclarecer que a pessoa que teve material intimo divulgado sem autorização nunca deve ser considerada responsável por este tipo de crime, que apenas denigre a imagem da pessoa prejudicada e que as pessoas responsáveis pela divulgação e compartilhamento não autorizado podem responder criminalmente pelo fato.

Por isso é importante que homens e mulheres vítimas deste tipo de crime digital procurem as autoridades e façam um Boletim de Ocorrência (BO) sobre o crime, para que as autoridades possam iniciar as investigações. Nestes caso, tenha prints ou fotos dos locais onde o material foi divulgado.

Entretanto algumas precauções são importantes para evitar que este tipo de crime ocorra. A primeira e mais óbvia é de não enviar material intimo para terceiros, porém por diversos motivos muitas vezes isto não acontece.

Outra dica importante é de nunca guardar este material no seu celular ou em seu computador, pois eles podem cair em mãos erradas, caso o aparelho seja roubado ou haqueado. Caso decida reservar estas fotos ou vídeos, opte por armazená-los em plataformas digitais, pois assim a pessoa que quiser ter acesso a este conteúdo precisará saber o site ou app utilizado, além da senha.

Além de procurar as autoridades, procure também ajuda psicológica ou de orientação sobre o caso, como é o caso da Central de Ajuda da SaferNet, através do http://new.safernet.org.br/helpline.


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