13/12/2017 às 10h40min - Atualizada em 13/12/2017 às 10h40min

AIDS e Sífilis: não tenha medo de fazer o teste

Cerca de 112 mil pessoas não sabem que estão infectadas com HIV no Brasil

Sexta-feira, dia de sair e curtir uma festa. Muitos jovens no mundo aguardam mais esse dia do que os outros da semana para poderem esfriar a cabeça. Você chega no bar, começa com algumas cervejas e, a princípio, está tudo bem. Mas esse era só o ‘esquenta’ e, então, todos seguem já alcoolizados para uma balada. Lá, você conhece uma pessoa legal e trocam beijos, o clima esquenta e vocês acabam terminando em um motel, onde num momento crucial você não acha no bolso, na sua bolsa, na sua carteira, enfim não lembra onde está: você está sem camisinha. Pode parecer besteira, mas uma noite sem preservativo pode levar a uma infecção que compromete 827 mil brasileiros. Estamos falando do HIV. Se não tratada, pode levar a uma doença grave e que pode ser letal: a AIDS.

Dezembro é conhecido como o mês de combate à AIDS. Esta síndrome é um conjunto de sinais e sintomas que ocorre por uma deficiência no sistema imune causada pelo vírus HIV que penetra nos linfócitos e não permite que as células de defesa protejam o corpo de infecções. A principal via de contaminação é por sexo sem proteção (camisinha masculina ou feminina), mas pode ocorrer por transmissão de mãe para o bebê ou transfusão sanguínea.

Dados divulgados em 2016 pelo Ministério da Saúde revelam que 827 mil pessoas vivem com HIV no Brasil. Dessas, cerca de 112 mil não sabem que estão infectadas. Do total de pessoas soropositivas identificadas no país, 372 mil seguem sem tratamento, apesar de 260 mil delas já saberem que estão infectadas. São dados assustadores, considerando o esforço do Ministério da Saúde em disponibilizar medicação apropriada para todos os infectados.

As indicações formais para fazer o exame de sangue já abrangem muitas pessoas, principalmente no quesito do comportamento sexual de risco, que não é incomum (indivíduos com vários parceiros sexuais ou que não usam preservativo). Outra indicação é a presença de sintomas sugestivos de HIV, que são inespecíficos e incluem: emagrecimento, náuseas, vômitos, dor abdominal, febre, entre outros. Por conta disso, todo indivíduo que desejar se testar deve fazer o exame, e isso faz parte da busca pela saúde e segurança sexual.

Na realidade, a proposta de proteção contra o HIV com o uso do preservativo não se atém apenas a esta infecção. Outras doenças transmitidas pelo sexo podem ser evitadas com a mesma forma de proteção. Uma delas é a Sífilis. Sabemos que ela vem crescendo, inclusive se tornando uma epidemia em algumas regiões do Brasil. Novamente segundo o Ministério da Saúde, em pré-natais, por exemplo, foram detectados 37 mil casos em gestantes em 2016, pacientes que só descobriram a doença porque fizeram o exame por causa da gravidez. O problema da Sífilis é a capacidade da infecção e os sintomas, que inicialmente são poucos, como uma lesão na genitália, e desaparecerem depois de algumas semanas, permanecendo latente a infecção. Por isso, fazer a triagem para essa doença é a melhor forma de fazer o diagnóstico mais precoce possível, pois em estágios mais tardios ela tem o potencial de deixar graves sequelas.

Portanto, se você ainda não fez testes para infecções transmitidas pelo sexo, como o HIV e a Sífilis, ou já fez há algum tempo e deseja cuidar da sua saúde de forma mais ativa, faça os exames! É importante saber o quanto antes, pois um diagnóstico precoce pode mudar a história natural dessas doenças.

* Dr. Octavio Fernandes é patologista clínico e vice-presidente de operações do Labi Exames.


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