Os funcionários da CBA (Companhia Brasileira de Alumínio) entraram em greve na manhã desta quarta-feira, dia 19, reivindicando o fato de não terem recebido a segunda parcela da participação dos lucros e resultados (PRL), referente a um acordo feito em maio de 2013.
No acordo, a empresa pagaria aos funcionários o valor de 2.75 vezes o salário dos mesmos. A primeira metade foi paga em julho de 2013 e a segunda seria paga agora, no dia 28 de fevereiro. Porém, a diretoria da CBA informou aos funcionários que o valor passaria a ser de 1.96 vezes o salário, alegando que as metas da empresa não foram atingidas. Com isso, foi realizada uma assembleia com os funcionários na manhã de hoje, na própria empresa, onde 100% dos presentes aderiram à greve.
O Sindicato dos Metalúrgicos informou que cerca de 5 mil funcionários da Companhia Brasileira de Alumínio estão envolvidos com a paralisação.
Segundo a assessoria de imprensa do sindicato dos metalúrgicos, o presidente do órgão, Antonio Piassentini, estava na fábrica para conversar com a diretoria, porém, a direção afirmou que não tem previsão para novas negociações.
O Jornal da Economia esteve presente durante a manifestação desta quarta-feira, em frente à CBA, onde cerca de 2 mil funcionários aguardavam algum acordo oferecido pela diretoria da empresa. “Estamos aqui desde as cinco e meia da manhã reivindicando. Nos reunimos com funcionários de dois turnos, os que entram as 6h e outros que entram as 7h. Em assembleia, informamos a eles a situação e, imediatamente, todos aderiram a paralisação”, informa José Caetano Ribeiro, diretor do sindicato dos trabalhadores da CBA, em conversa com a reportagem do JE. “Caso a diretoria apareça com algum acordo que satisfaça os trabalhadores, nós todos já estamos prontos para entrar e trabalhar. Viemos prontos para o trabalho”, afirma José Caetano.
Um funcionário da CBA que preferiu não se identificar, afirmou que foi pego de surpresa quando chegou à empresa pela manhã e encontrou os trabalhadores reunidos para o manifesto. “Eu não estava sabendo. Vim para cumprir meu expediente normal. Porém, fomos informados sobre a situação e não aceitamos o desconto na participação dos lucros. Aderimos a greve imediatamente”, explica o rapaz.
Na entrada da empresa, representantes da Força Sindical fizeram uma espécie de barreira para que nenhum carro adentrasse ao local. A polícia militar também esteve presente no espaço. “Ninguém solicitou a nossa presença. Não houve nenhuma ligação para a polícia. Estamos aqui somente por ser um procedimento padrão. Devemos estar presentes em todo e qualquer manifesto. Mas até agora tudo está tranquilo, a ordem está sendo mantida”, afirma o sargento Sidnei Ferreira da Polícia Militar.
Dois carros de som também estavam no espaço em frente à empresa, para que os membros do sindicato apresentassem suas reivindicações através das caixas de som ligadas.
Entramos em contato com a Assessoria de Imprensa da Votorantim Metais, unidade de Alumínio (CBA), para sabermos o posicionamento oficial da empresa referente a greve e recebemos a seguinte nota:
“A unidade Alumínio da Votorantim Metais informa que hoje, 19 de fevereiro, os empregados encontram-se em estado de paralisação, em razão do Programa de Participação nos Resultados (PPR). A empresa reforça o pleno cumprimento do acordo firmado entre a Unidade de Alumínio, a Comissão de empregados, que negociou as metas da PPR, e o Sindicato, assim como a adequação às normas da legislação trabalhista para esse tipo de programa. O PPR é apurado com base nos resultados das metas, informadas mensalmente aos empregados. O pagamento da 1ª parcela do PPR foi realizado em julho de 2013 e o valor restante será pago no dia 28 de fevereiro de 2014.”Veja as fotos abaixo, feitas no local.