31/05/2016 às 16h39min - Atualizada em 31/05/2016 às 16h39min

Pai que matou bebê é preso e responderá por homicídio qualificado

Da Redação: Rafael Barbosa - Foto: Rafael Barbosa
Da Redação: Rafael Barbosa - Foto: Rafael Barbosa

João Paulo Rosa, 18 anos, foi preso pela Polícia Civil de São Roque por ter matado o próprio filho de apenas nove meses, responderá por homicídio qualificado por motivo fútil, com o agravante de ser o pai da vítima.  João Paulo foi capturado pelas autoridades na casa de uma irmã, no Jardim Villaça, na tarde de segunda-feira (30) e durante o interrogatório confessou o crime.

Segundo informações da Polícia Civil, o caso teve início quando a mãe da criança, uma jovem de 16 anos, levou o filho já morto para a Santa Casa de São Roque, na manhã de sábado (28). Ao verificar que a criança já estava morta, o médico de plantão notou que o pequeno apresentava escoriações no nariz, na nuca e nas costas e deste modo a Polícia Militar foi acionada.

Ao chegar ao hospital as autoridades encontraram os pais da criança, porém não conseguiram obter informações sobre o que teria acontecido com o bebê. Assim o caso foi registrado como morte suspeita e a Polícia Civil assumiu o caso, procurando primeiramente os parentes do pai e da mãe da criança morta.

No início as informações foram conflitantes, já que os pais do rapaz falavam que a mãe não cuidava da criança, enquanto que os pais da mãe falavam que o genro era violento com a mulher, que chegou a prestar queixa contra o pai do seu filho. “No início de maio, houve uma briga entre o casal e ela saiu de casa alegando que ele a teria empurrado e ameaçado de morte e também a criança afirmando que ele iria pegar o bebê e iria se jogar da pedreira. O Boletim de Ocorrência foi feito na delegacia da mulher, mas não houve prosseguimento, pois ela reatou com ele”, informou o Escrivão Chefe da Delegacia de São Roque, Anderson Góes.

A polícia descobriu a chocante verdade sobre o fato quando conseguiu interrogar o pai da criança, que a princípio negou tudo, porém ao ser questionado pelas autoridades acabou confessando o crime, em um depoimento feito na presença do próprio pai.

João Paulo afirmou que o filho estava agitado durante todo o dia e que ele e a mãe da criança haviam fumado maconha na noite do crime e após diversas tentativas de fazer a criança dormir, ele teria se irritado com os constantes choros da criança. “Cansei, agora vou fazer esta criança dormir. Peguei ele já com raiva, com força”, afirmou o acusado durante o depoimento.

Ao pegar a criança, ele a teria chacoalhado, erguido pelo pescoço e pernas e o jogado no carrinho de bebê. A criança dormia no mesmo quarto dos pais e o carrinho ficava junto à parede e assim, ao ser questionado, João afirmou que por estar escuro não soube dizer se quando o jogou, a criança teria batido na parede antes de cair no carrinho ou se bateu a cabeça em alguma estrutura do próprio carrinho. Quando o bebê foi jogado, este parou de chorar e começou a suspirar.

Ao ver que o menino respirava devagar, o pai o cobriu e voltou a dormir, acordando por volta das 10 horas da manhã de sábado com os gritos da mulher, dizendo que o filho não estava bem. Desesperada a mulher saiu com a criança nos braços e, ao pedir ajuda a uma pessoa que passava de carro pelo local, conseguiu uma carona até o hospital.

Segundo as autoridades, a mãe confirmou que assim como o companheiro, também é usuária de entorpecentes, mas nega que tenha visto a agressão do pai da criança ao filho, pois afirma que estava dormindo no momento.  A mãe responderá por ato infracional junto à Vara da Infância e da Juventude.

O bebê foi velado ainda na noite de sábado (28) e sepultado na manhã de domingo (29) no Cemitério da Paz, mas as causas da morte da criança ainda não foram divulgadas pelo Instituito Médico Legal (IML) de Sorocaba.

O crime chocou toda a região e até mesmo as autoridades da Polícia Civil, que graças a um trabalho ágil, solucionaram rapidamente o caso e afirmaram que ficaram surpresos com o comportamento do pai. “Os fatos foram retratados com detalhes por ele (João Paulo) e o que me chamou a atenção é que ele se mostrou frio a maior parte do tempo e embora tenha afirmado que estava arrependido, não demonstrou amor pelo filho. Em todos os meus anos de trabalho nunca vi um caso assim”, concluiu o  escrivão chefe Anderson Góes. 


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