Vereadores faltam à sessão e escolas de samba continuam sem verba

As escolas de Samba de São Roque continuam sem verba oficial para participarem do desfile neste ano. Mas pior do que isso, ficou sem uma decisão por parte da Câmara Municipal de São Roque que não votou o  Projeto de Lei nº 002-E, de autoria do Executivo, que destinava a verba de R$24.500 para cada escola de samba de São Roque não pode ser votado já que, dos 15 vereadores que hoje compõe a casa de leis, nove não compareceram a 2° Sessão Extraordinária, realizada no final da tarde de quinta-feira, dia 21, em São Roque.

Alexandre R. Soares (Mandi), Donizete P.A.Moraes (Donizete Carteiro), Etelvino Nogueira,  Israel Francisco de Oliveira (Toco), José A. Barros (Zé Dentista), Luiz Gonzaga de Jesus, Guto Issa, Mauro Salvador S.Goes (Maurinho) e Rafael Marreiro se ausentaram da sessão. Assim, o quorum necessário para que um projeto seja votado não foi alcançado. Segundo informações da Câmara, os vereadores Etelvino Nogueira, Toco, Guto Issa e Rafael Marreiro, nem mesmo foram encontrados para assinar a lista convocatória para a realização da sessão, o que tornaria a sessão invalida mesmo que os demais vereadores comparecessem.

Com o ocorrido uma nova votação foi marcada para a próxima terça feira (26), entretanto uma ausência tão grande dos vereadores causou revolta entre os membros das escolas de samba que compareceram a sessão para acompanhar a votação. “Acho que foi descaso de alguns vereadores. Espero que os vereadores que não compareceram aqui sejam localizados e que eles vejam este projeto com carinho. Espero que venham ao local de trabalho deles e façam uma votação, pois não podemos ficar sem uma decisão”, afirmou o Presidente da Leões Unidos da 119, Joberto Alves. 

Com número reduzido de vereadores, o presidente Alfredo Estrada convoca nova sessão para o dia 26, terça-feira

Flávio Brito (não aparece na foto) Alacir Raysel e José Camargo também compareceram na sessão desta quinta-feira

Situação difícil para o Carnaval

Entretanto mesmo que o projeto seja aprovado na próxima sessão, a situação  do Carnaval são-roquense fica em uma situação cada vez mais dramática, já que em média são necessários cinco dias úteis para que uma verba aprovada seja paga as escolas de samba. Mesmo que seja aprovada no dia 26 as escolas somente receberiam este dinheiro no dia 2, a cinco dias do desfile, e mesmo que a verba seja um complemento para o valor  que as escolas acumulam ao longo do ano para promover seus desfiles, é inegável que esta faz uma grande falta e a prova disso é que a Escola de Samba Corações Unidos de São João Novo já se retirou do desfile deste ano. “Achamos que é uma falta de respeito muito grande a verba ser destinada a tão pouco tempo do carnaval”, afirmou o presidente da escola, Luciano Antônio, ao chamar de politicagem a primeira recusa da verba por parte dos vereadores, coma rejeição do primeiro projeto votado no dia 08 de janeiro que previa a verba de       R$ 25.000,00 para cada escola de samba.

Após o termino da sessão Alacir Raysel, Adenilson Correia (Kalunga) , Alfredo Fernandes Estrada, Flávio Andrade de Brito, José Carlos de Camargo e Rodrigo Nunes de Oliveira, conversaram com a população presente na Câmara e muitos se demonstraram favoráveis a aprovação da verba. “As pessoas precisam entender que toda verba é aprovada antecipadamente e tem um destino certo. Não se tira a verba de um lugar para resolver um problema de outro setor, pois isto não resolve problema nenhum”, afirmou o vereador Kalunga, ao rebater as criticas de que a verba deveria ser utilizada em outro setores. 

O legislador também foi autor do Projeto de Lei N003/15-L que tombou o Samba e o Desfiles das Escolas de Samba, aprovados por unanimidade em janeiro de 2015.

Quando questionado sobre a falta dos vereadores o Presidente da Câmara, Alfredo Estrada, afirmou que cada vereador tem seus motivos e o direito de não comparecer a uma Sessão Extraordinária e deixou claro que todos os legisladores presentes nesta sessão, não receberam por estarem  ali, já que os legisladores não são pagos por sessões extraordinárias . Estrada afirmou que a obrigação do vereador é se posicionar com relação aos assuntos debatidos na Casa de Lei. “O Vereador tem que ter uma posição, não pode ter medo de nada, pois ele é um representante do povo”, completa ao afirmar que ele e os funcionários da Câmara farão todo o possível para convocar todos os vereadores para a sessão de terça-feira, dia 26.

O legislador também levantou pontos interessantes sobre o próprio regimento interno da Casa de leis, afinal necessitar da assinatura física de todos os vereadores para tomar conhecimento de que haverá a realização de uma sessão extraordinária é uma ação aparentemente muito retrograda para a era digital em que vivemos.

"Temos que montar um documento, entregar ao motorista para buscar as assinaturas dos vereadores para que tomem conhecimento de que teremos uma sessão extraordinária, isso é um absurdo com tanta tecnologia que temos hoje", completou o presidente Estrada.

Carnavalescos ficaram insatisfeiros com ausência dos vereadores

Declaração dos vereadores ausentes

O Jornal da Economia tentou entrar em contato com todos os vereadores que não compareceram a sessão, mas somente conseguiu falar com os vereadores Etelvino Nogueira, Zé Dentista e Toco.

O Vereador Etelvino informou que não assinou a lista de convocação pois viu que outros vereadores também não haviam assinado e assim ao saber que não haveria sessão não compareceu a mesma. “Se os outros vereadores tivessem assinado. Eu teria ido a sessão e participado, pois o legislador pode assinar a lista na hora e participar da votação”, afirmou ao deixar claro que ainda é contra a verba para as escolas de samba por que o município deve conter seus gastos em um momento de crise.

O Vereador Toco informou que não pode comparecer a sessão por motivos pessoais.

O Vereador Zé Dentista informou que também não compareceu a sessão, pois sabia que alguns vereadores não tinham  assinado a lista convocatória. “Estive na Câmara no período da tarde e me informaram que não havia a assinatura de todos os vereadores, então sabia que não haveria sessão”, completa.