01/11/2015 às 16h41min - Atualizada em 01/11/2015 às 16h41min

Nota a Imprensa sobre a situação financeira da Santa Casa

Ex-interventores Sidney Muniz e Jorge Haddad enviaram nota para a imprensa sobre a crise financeira do hospital

Veja na integra a nota para a imprensa enviada pelos ex-interventores
da Santa Casa de São Roque sobre a crise financeira em que se encontra o hospital.   sexta-feira, 30 de outubro de 2015 Sidney Muniz e Jorge Haddad, interventores da Santa Casa de São Roque no período de 08/07/2014 à 05/10/2015,
vêm a público manifestarem-se sobre a crise financeira que aflige o Hospital da Santa Casa de São Roque.

 Ao assumir as funções determinadas pelo decreto municipal, percebemos que havia um descontrole generalizado nos
procedimentos administrativos. Não existia controle nos processos internos, tampouco definição estratégica sobre o caminho e
futuro da Entidade. Os colaboradores, apesar de extremamente comprometidos e dedicados com a Santa Casa, exerciam suas
funções diárias sem a devida orientação organizacional ou estratégica.

 Na verdade, não havia nenhum caminho estratégico escrito e definido pela antiga gestão.

 Providenciamos e colocamos em prática um plano de ação que nortearia nosso trabalho dentro dos primeiros 6 meses
(período inicial do decreto), que previa auditoria financeira/contábil, revisão dos processos internos inventário físico/estrutural,
 
atendendo inclusive as orientações do próprio decreto.

 O resultado deste primeiro plano de ação apresentou o seguinte:

 - A Santa Casa possuía, em julho/2014, uma dívida de aproximadamente R$ 6,2 milhões. Sendo que R$ 3,4 milhões somente

com fornecedores e prestadores de serviços e atrasos nas prestações de contas com o Governo Estadual e Federal referente
aos anos de 2010, 2011, 2012, 2013 e 2014 que, somadas, chegavam a R$ 2,8 milhões.

 Somente após os resultados deste plano de ação é que traçamos um plano estratégico de reocupação da Santa Casa, 
levando em consideração também a expansão da oferta de serviços de saúde a fim de buscar novas fontes de receita para a Instituição.

 

Apesar de o plano completo tomar como meta o período de 5 anos, muitos resultados já puderam ser alcançados já no primeiro ano de trabalho. Onde destacamos:

 

Redução das dívidas – quando assumimos em 07/2014, as dívidas com fornecedores e prestadores de serviço eram
de R$ 3,4 milhões e, no mês de julho/2015, este valor já havia caído para a marca dos R$ 1,9 milhões.
Uma redução de 47% no montante da dívida.

 

Regularização das prestações de contas – do montante devido ao governo Estadual e Federal (cerca de 2,8 milhões),
conseguimos evitar a devolução dos valores e o bloqueio de novos repasses.

 

É importante fazermos uma pausa e deixar muito claro que não houve alteração no convênio firmado entre
a prefeitura e a Santa Casa em abril/2014. Antes, portanto, da intervenção. Significa dizer que realizamos muito mais
com o mesmo contrato.

 

Abaixo listamos as principais conquistas nestes 15 meses de trabalho:

 

- Novos Serviços de Saúde - neste mesmo período do primeiro ano iniciamos cirurgias utilizando a técnica
de videolaparoscopia. Um verdadeiro avanço, pois reduz o risco de infecções hospitalares e o tempo de internação do paciente.
Implantamos também o serviço de ambulatório médico de especialidades, atendendo pacientes nas áreas de neurologia,
Vascular, Oftalmologia, Consultas Pré-Cirurgicas, além de realizar exames de mamografia e cirurgias de catarata.

 

Implantação da Agência Transfusional do Banco de Sangue;

Laboratório de Análises Clínicas;

Internalização da Exploração do Estacionamento;

Reajuste de Contratos Deficitários;

- Implantação de processo de compras porPregão Eletrônico;

Substituição do Enxoval;

Melhorias na Gestão de Estoque; e

Melhorias para a Equipe de Colaboradores.

 

Infelizmente, transtornos inerentes ao plano acontecem. O que acreditamos e buscamos passar à equipe
é que não podemos nos esmorecer e manter o foco no objetivo é sempre o melhor combustível para continuar o caminho.

 

Este foi um ano difícil, a crise econômica que se instalou em nosso país foi fator preponderante para que a velocidade
de nossas conquistas não fosse a mesma de nosso desejo. 

 

Só o governo federal promoveu um corte de 13 bilhões no orçamento da saúde!

 

Diariamente vemos nos telejornais que a retração do consumo está prejudicando as empresas
que sem vender são obrigadas a reduzir custos, sendo que muitas estão obrigadas a corte de funcionários.

 

A crise afeta a área de saúde, movimentando pessoas que utilizam a saúde privada (suplementar) para a pública (SUS).
Isso significa menos dinheiro rentável (privado) e mais gastos públicos.

 

A Santa Casa é uma instituição centenária e que precisa ser tratada com respeito, dedicação, amor e profissionalismo.

 

Hoje (30/10) o sr. Prefeito Daniel de Oliveira Costa, através de sua página do facebook(https://www.facebook.com/danieldapadaria15/posts/778843625571847) comentou
de forma clara e objetiva que a crise financeira e a falta de repasses Federais e Estaduais fizeram
com que a prefeitura não conseguisse mais suportar o custo operacional da Santa Casa, vejam. 

 

“A minha indignação, fica por parte, da forma com que a política em todo país vem sendo conduzida,
onde os eleitos, sejam eles na esfera federal ou municipal, não veem o ser humano em primeiro lugar,
mas sim, os interesses de bandeiras partidárias, numa busca desenfreada pelo poder. Isso fez com que
o Brasil, entrasse na pior crise de sua história, crise essa, que resultou na queda de repasses, de
investimentos nas cidades, e fez com que um colapso fosse instaurado...” 

“... A crise afetou o país todo, e chegou a hora da população, políticos de bem, e quem mais desejar,
mostrar a necessidade de uma mudança de pensamentos e valores. Seguiremos nosso trabalho, desta vez,
buscando audiência e recursos junto ao Governo do Estado, que também deve fazer o seu papel.
A arrecadação de impostos começa na cidade, que é repassada a União, que devolve porcentagem ao Estado,
sobrando a menor parte para os municípios ...”.Disse o sr. Prefeito.

 

Infelizmente nos parece que o discurso do diretor de Saúde, Sandro Rizzi não esta alinhado com a nota do sr. Prefeito Municipal.
 Pois afirmou que não houve provisionamento financeiro para suportar os pagamentos dos meses de outubro, novembro e dezembro.

 

Ora, é claro não ter havido, uma vez que a Santa Casa passa por um processo de recuperação financeira e se
houvesse caixa para suportar 3 meses a intervenção não faria sentido. 

 

Outro ponto importante de se ressaltar é de que o orçamento da prefeitura só é liberado para a Santa Casa
após a aprovação do diretor de Saúde, que é detentor do orçamento municipal destinado asaúde.

Pois bem, se o orçamento estava sendo consumido mais rapidamente do que o previsto, porque o próprio
 Diretor de Saúde não suspendeu ou tomou alguma ação corretiva antecipadamente?

 

A função dos interventores é dirigir a Santa Casa e não fazer a gestão do orçamento municipal.

 

Desejamos um futuro brilhante a esta Instituição, que nos recebeu de braços abertos enos permitiu deixar
um legado de resultados positivos.

 

Durante este período, crescemos profissionalmente e aprendemos muito com todas as pessoas com quem
estivemos em contato.

 

A Santa Casa hoje é formada por 357funcionários, todos apaixonados por cuidar do próximo,
focados em salvar vidas e acalentar os aflitos. São mais de 350 pessoas que, juntas, formam uma grande família, da qual nos sentimoshonrados de ter feito parte, AFINAL, SOMOS TODOS SANTA CASA.


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