Dona Cida e suas Festas de Agosto

Existem figuras de São Roque que são tão tradicionais como as próprias Festas de Agosto. Pessoas que não apenas fazem da cidade o seu lar, mas também contribuem para a sua história, participando de maneira intensa de suas tradições e costumes. Dona Cida, como é carinhosamente conhecida, nos recebeu em sua casa para falar um pouco de sua experiência através dos anos com as Festas de Agosto.

Participando das celebrações desde a década de 40, esta senhora de 81 anos, não deixa que a idade atrapalhe sua dedicação a cidade. Quando perguntamos sobre a época em que começou a participar das festas, esta sorri para nós , enquanto volta no tempo a mais de 50 anos, em uma época mais simples, onde a festa ainda era um grande marco da cidade esperado por toda a população com afinco. Uma época em que os homens e mulheres compravam ternos e vestidos novos apenas para irem as festividades.

“Na época que eu era mais moça, a festa era linda, vinha muita gente de outras cidades, a procissão era mais organizada e a sociedade participava mais das festas. Hoje em dia, ainda é muito bonita, e continuo lá com minha bengalinha”, completa Dona Cida dando um belo sorriso.

Hoje, Dona Cida continua participando intensamente de grande parte dos eventos das festas, onde esta poetiza declama seu amor por São Roque todos os anos, ao recitar um poema dedicado a cada um dos Festeiros, durante a Novena do Morro do Cruzeiro.

Mas a verdadeira paixão de Dona Cida sempre foi a música e assim, sempre procurou desfilar todos os anos a frente de uma das bandas que se apresentam durante a Tradicional Entrada dos Carros de Lenha. “O meu grande prazer e orgulho é desfilar junto com a banda, e ver as pessoas me cumprimentando e sorrindo, isso não tem preço. Este ano eu desfile com a banda do Projeto Guri da Brasital, e queria agradecer à oportunidade de participar desta maravilhosa festa”, finaliza Dona Cida.

Durante a Entrada dos Carros de Lenha deste ano não foi diferente. Ao chegar a praça a frente da banda composta por membros do Projeto Guri, esta são-roquense era só sorrisos, acenando para as pessoas que a cumprimentaram e soltavam vivas para ela e para os músicos, que mais uma vez relembravam uma das maiores tradições das Festas de Agosto.

Ao ser abordada pelo jornalista Carlos Mello, que lhe pede uma palavra sobre o significado das Festas de Agosto, Dona Cida quase não se contem de emoção ao falar que preferiria morrer ao deixar de participar do desfile e, ao dar sua mensagem, fala o que todos os participantes do evento pensam. “Viva Nossa Senhora da Assunção. Viva o Padre Daniel. Viva nossa querida São Roque”, fala.