29/05/2015 às 10h48min - Atualizada em 29/05/2015 às 10h48min

Alunos entram com ação no Ministério Público contra UNIESP

Da Redação: Rafael Barbosa - Foto: Rafael Barbosa
Da Redação: Rafael Barbosa - Foto: Rafael Barbosa

Estudantes da UNIESP (União das Instituições Educacionais do Estado de São Paulo) em São Roque entraram com uma ação no Ministério Público contra a faculdade, alegando que a mesma estaria cometendo uma série de ações ilegais contra os alunos. Os universitários atualmente cursam o sétimo semestre do curso de Direito da Universidade, cujo campus do município está localizado na Av. Varanguera, 623, no bairro Guaçu.

Segundo Vanderléia Aparecida, uma das alunas que entrou com a ação, as irregularidades encontradas pelos alunos são muitas, porém entre as principais, está o fato da fato da instituição estar cobrando por cursos que não foram ministrados.  A estudante alega que os módulos de Direito Constitucional e Hermenêutica Jurídica nunca foram ministrados aos estudantes, embora os mesmos já constem na grade curricular como finalizadas.

“No curso de Direito Constitucional o professor raramente entrava na sala de aula, passando a maior parte do tempo fumando no portão da instituição. O professor de Hermenêutica fez ainda menos, indo apenas uma vez para nos passar um trabalho”, afirma a estudante, que juntamente com os outros alunos organizaram um abaixo assinado para que o professor de Direito Constitucional deixasse o curso.  Entretanto, no final dos semestres as notas foram dadas sem que a matéria fosse ministrada corretamente.

Porém até mesmo a inclusão destas avaliações é um assunto discutível, já que outra acusação dos alunos está no fato de que suas notas foram alteradas no portal on-line da universidade.  No terceiro semestre do curso de direito, o painel on-line dos alunos, que registra as notas dos mesmos, se tornou inoperante e só voltou ao pleno funcionamento no início de 2015, porém todas as notas estavam alteradas, reprovando praticamente todos os alunos do curso em diversas matérias. “Quase ninguém está com as notas normais e eles mesmo falam para nós os procurarmos com as notas normais para que as reparações sejam feitas, algo que demora de 30 a 40 dias. Mas é uma obrigação da faculdade manter registradas nossas notas, pois elas são um registro da nossa vida acadêmica”, completa Vanderleia.

Ao mostrar seu painel com as notas, o Jornal da Economia realmente encontrou discrepâncias nos registros on-line de um aluno e a documentação apresentada pelo mesmo.

Deste modo, segundo a estudante, os alunos estariam enfrentando muitas dificuldades para manter-se na universidade, já que além dos diversos transtornos o campus da universidade de São Roque não ofereceria condições mínimas para o estudo. Com falta de iluminação adequada, limpeza da mata ao redor, das salas e banheiros e a inclusão de dispositivos de segurança, como extintores entre outras irregularidades.  A Universidade já foi notificada pela Prefeitura de São Roque com relação a aspectos inadequados de sua instituição.

Embora a ocorrência já tenha sido registrada e acatada no Ministério Público de São Roque, no último dia 25, Vanderleia esteve presente no Ministério Púbico de São Paulo onde novamente registrou uma acusação contra a instituição. “Tudo que queremos é estudar com coerência e tranquilidade”, completa a estudante.

Este não é o primeiro problema que a Universidade enfrenta. No dia 13 de maio, professores da instituição realizaram um protesto em frente à faculdade exigindo melhores salários. 

A Instituição se defende.

O Jornal da Economia entrou em contato com a instituição para questionar sobre as diversas ocorrências. A faculdade nega todas as acusações feitas contra ela. Com relação aos salários atrasados, a instituição afirma que não há nenhum atraso e que os docentes e os demais colaboradores estão com o salário em dia, embora o  calendário de pagamento foi prejudicado devido ao atraso do repasse do FIES pelo MEC/FNDE às Instituições de Ensino Superior.

Quando questionada sobre a adulteração das notas dos estudantes, a instituição foi enfática em sua negativa. “Não há veracidade em relação alegação de adulteração de notas”, afirmou em nota, embora não tenha negado que faltem notas no cadastro on-line de alguns estudantes.

A UNIESP também confirma que foi notificada pela Prefeitura de São Roque com relação a algumas irregularidades, porém alega que os apontamentos foram pequenos, como a solicitação de um corrimão na rampa de acesso, para acessibilidade, medidas que já estariam sendo providenciadas.

A instituição finaliza afirmando que todas as disciplinas foram ministradas para o curso de Direito. 

 


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