04/03/2015 às 10h40min - Atualizada em 04/03/2015 às 10h40min

Atividade da indústria de SP sobe 2,9% em janeiro

Na comparação com janeiro do ano passado, no entanto, desempenho do setor caiu 5,7%

Texto: Assessoria de Imprensa - Foto: Divulgação
Texto: Assessoria de Imprensa - Foto: Divulgação

A atividade da indústria paulista subiu 2,9% em janeiro com relação a dezembro do ano passado, segundo dados dessazonalizados da pesquisa da Federação e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp). O resultado recupera parte das perdas acumuladas no final de 2014, mas não indica uma retomada de crescimento do setor.

Na avaliação de Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp e do Ciesp, a forte alta em janeiro também se deve à uma base de comparação muito baixa. Entre novembro e dezembro do ano passado o índice acumulou perdas de 6,5%.

"Eu diria que a primeira reação é de certa alegria porque temos divulgado sempre números muito negativos", diz Francini. "A segunda [reação] é de relativizar isso. Uma parte expressiva do crescimento ocorrido em janeiro se deve ao fato de que o mês de dezembro foi anormalmente ruim", afirma.

Para o diretor do Depecon, a atividade industrial deve continuar mostrando fraco desempenho em função de um cenário econômico adverso.  "Não é que a intenção seja de manter um tom pessimista, muito pelo contrário. Porém não dá para nos basearmos neste resultado positivo para dizer que isto representa uma reversão da situação da indústria".

 "Não vimos até agora um programa redentor, da mudança, que deve estar contido. A indústria, para vencer o período ruim pela frente, precisa enxergar com clareza que ao mesmo tempo estão desenhando coisas boas para sua atividade", afirmou. Francini acrescenta que a intensidade e duração da crise hídrica em São Paulo é "uma grande dúvida", além das incertezas no setor quanto ao futuro da economia.

Alívio com dólar

Em meio a fundamentos econômicos negativos, há certa movimentação positiva, promovida pela apreciação do dólar por parte de empresas exportadoras, diz Francini.

"A desvalorização do Real impulsiona, evidentemente, a atividade exportadora e também dá mais competitividade à produção doméstica versus o produto importado. Isso é uma coisa positiva dentro do quadro recente".

Atividade em janeiro

No acumulado de 12 meses, a atividade da indústria paulista caiu 5,9% em relação a igual período imediatamente anterior. Comparado a janeiro de 2014, o comportamento do setor manufatureiro piorou em 5,7% no primeiro mês deste ano.

Para o resultado positivo na leitura mensal, contribuíram, além da baixa base de comparação, as variáveis horas trabalhadas na produção, com alta de 2,1%, e as vendas reais, que subiram 3,3% no mês.

O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) ficou em 80,5% em janeiro versus 79.6% em dezembro do ano passado, na leitura com ajuste sazonal.

Setores

A atividade da indústria de bebidas cresceu 3,9% na comparação mensal, puxada principalmente pelo aumento de 5,2% no total de vendas reais e de 1,2% nas horas trabalhadas na produção.

O setor de borracha e matérial plástico foi outro destaque positivo de janeiro com avanço de 2,8%, impulsionado pelo crescimento de 2,9% das horas trabalhadas na produção e 6,4% no Nível de Utilização da Capacidade Instalada.  Enquanto a performance do segmento de minerais não metálicos melhorou em 1,6% na comparação entre dezembro e janeiro, em meio ao aumento de 2,3% do total de vendas reais.

Percepção

A percepção geral dos empresários diante do cenário econômico, medida pelo Sensor Fiesp, se manteve estável em fevereiro, a 47,9 pontos contra 47,7 pontos em janeiro.  Já o componente Mercado mostrou alta de três pontos, para 48,6 em fevereiro contra 45,5 pontos no mês anterior. O item Vendas se manteve estável em 49,4 pontos no mês passado versus 50,8 pontos em janeiro.

A percepção quanto ao item Estoque também continua estável, a 42,4 pontos em fevereiro ante 42,9 pontos no mês anterior.  Estabilidade também na variável Emprego, a 46,1 pontos contra 47,9 pontos em janeiro.

De acordo com o levantamento, a percepção quanto ao componente Investimento também ficou estável a 52,9 pontos contra 51,5 pontos em janeiro.

Com exceção da variável Estoque, resultados em torno dos 50 pontos indicam estabilidade. Acima disso há otimismo e abaixo, pessimismo.


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