20/02/2015 às 10h02min - Atualizada em 20/02/2015 às 10h02min

Agressão entre pai e funcionário tumultua Santa Casa de Misericórdia de São Roque

Da Redação: Rafael Barbosa - Foto: Rafael Barbosa
Da Redação: Rafael Barbosa - Foto: Rafael Barbosa

Uma agressão entre o pai de um paciente e um funcionário administrativo da Santa Casa de Misericórdia de São Roque tumultuou o hospital, na tarde de sábado, dia 14. O ocorrido foi por conta do estado de saúde de uma criança de apenas dois meses, que sofre de uma enfermidade no coração e que, devido a sua complexidade, não poderia ser tratada no referido hospital.

Segundo o pai da criança, Jose Roberto D. Raines, na semana passada, o funcionário da Santa Casa, por um intermédio de um cunhado, teria prometido ao homem que seu filho seria transferido para o Incor (Instituto do Coração), no Hospital das Clínicas, em São Paulo. O pai afirma que chegou a ser informado pelos mesmos que a vaga já estaria garantida e, por conta disso, levou o filho à  São Paulo na quinta-feira, dia 12, para a transferência, mas ao chegar ao hospital o mesmo lhe informou que não havia nenhuma notificação de internação previamente agendada para seu filho.

Em relato ao Jornal da Economia, José, que tem um convênio com a Santa Casa Saúde, afirma que procurou o hospital novamente na sexta-feira, dia 13, para saber o que havia dado de errado no processo de internação de seu filho. O hospital teria lhe informado que o mesmo teria que ser internado na instituição, para posteriormente ser encaminhado a outro hospital que pudesse atender ao quadro da criança.

José afirma que lhe foi prometido que a criança seria transferida até sábado, entretanto, na tarde do mesmo dia percebeu que seu filho não iria ser encaminhado a nenhuma instituição. Procurando novamente a Santa Casa, recebeu a informação de que seu filho somente poderia ser levado a outro hospital na quarta-feira.

Revoltado o homem afirmou que, se preciso, faria um ‘barraco’ no local para ajudar seu filho, porém enquanto aguardava, este encontrou o funcionário administrativo, dando início ao conflito “Falei, você é vagabundo. Ele disse ‘quem é vagabundo?’, eu disse novamente ‘você é vagabundo’ e aí ele me deu um soco na boca”, afirmou José.

Com o conflito, que envolveu também o irmão de José, a polícia foi acionada pela Santa Casa e compareceu ao local por volta das 17 horas, para averiguar os fatos, porém mesmo antes das autoridades chegarem, José foi avisado que seu filho seria transferido naquele dia.

José afirma que sabe que não fez bem em insultar o funcionário, porém diz que sua atitude foi um ato de desespero para conseguir uma ação do hospital. Também comentou que não pretende processar o funcionário, dizendo que “a partir do momento em que se insulta uma pessoa, ela vai responder de alguma maneira”, porém pretende acionar judicialmente a Santa Casa e o seu convênio por conta do ocorrido. Segundo informações da Delegacia de São Roque, até o presente momento Jose Roberto D. Raines ainda não fez um Boletim de Ocorrência sobre a agressão.

Santa Casa afirma que pai agrediu funcionário com soco

O Jornal da Economia procurou a Santa Casa e conseguiu falar com o funcionário administrativo citado por José, que recebeu a reportagem, mas preferiu não ter seu nome divulgado. O funcionário garante que em nenhum momento a instituição prometeu qualquer tipo de vaga para o pai da criança, fornecendo apenas um atestado que informava o quadro da mesma, documento necessário para uma internação que o próprio pai havia afirmado estar garantida.

O funcionário afirma também que na tarde de sábado, recebeu uma ligação do pai da criança, afirmando que se ele não ajudasse seu filho, iria quebrar o hospital e matá-lo, fato relatado no Boletim de Ocorrência de n°513/2015 , feito pelo funcionário sobre o ocorrido.

Ele informou também que ao se dirigir ao hospital, encontrou o pai da criança e este o ameaçou com uma cadeira.  Intimidado pelo pai e seus familiares o homem afirma que ao tentar dialogar, recebeu um tapa na cara do pai e também recebeu um soco no queixo de um dos familiares. O homem finaliza afirmando que mesmo recebendo as agressões em nenhum momento reagiu violentamente, não agredindo nenhum dos presentes e afirmando que toda a ação está registrada em vídeo.

O Jornal da Economia teve acesso às filmagens feitas pelas câmeras de vigilância da Santa Casa e que registraram o tumulto. Nas filmagens é possível ver os familiares da criança aguardando na sala de espera da ala conveniada do hospital, mas com a chegada do funcionário, um homem (apontado como José) pega uma cadeira e a arrasta para fora. Pelas filmagens é possível ver que realmente o funcionário recebeu um soco no queixo, porém não é possível visualizar o agressor, por conta do ângulo da câmera.

Representantes da Santa Casa afirmaram que irão tomar todas as devidas medidas judiciais contra os agressores e que este tipo de ato é inadmissível. “Nós até entendemos a ação desesperada de um pai, que no ímpeto de tentar salvar o filho toma decisões erradas, mas passar este limite e partir para a agressão física. Isso nós não podemos tolerar”, afirma o interventor da Santa Casa Sidney Muniz.

 


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