27/01/2015 às 09h06min - Atualizada em 27/01/2015 às 09h06min

Aumenta o número de brasileiros que vivem em extrema pobreza

Da Redação: Lucas Caparelli com informações de O Estado de S.Paulo - Foto: Reprodução / Internet
Da Redação: Lucas Caparelli com informações de O Estado de S.Paulo - Foto: Reprodução / Internet

Segundo reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, foram divulgados na última segunda-feira, dia 26, dados da Comissão Ecônomica para a América Latina e o Caribe (Cepal) que mostram uma elevação de 5,4% para 5,9% na quantidade de brasileiros que vivem em situação de extrema pobreza entre os anos de 2012 e 2013. Em 2005, esse índice era de 10,7%.

Segundo o "Estadão", a piora desse quadro difere das manifestações públicas da presidente Dilma Rousseff ao longo de sua campanha no ano passado. Além de negar uma deterioração dos indicadores devido aos sucessivos anos de crescimento econômico fraco e de inflação rondando os 6% ao ano, o governo também atravessou o ano de 2014 com embates políticos internos.

Em contrapartida, o número de habitantes situados em um quadro de pobreza continuou diminuindo. Esse índice passou de 18,6%, em 2012, para 18% em 2013. Em 2005 a porcentagem era de 36,4%.

Informações do estudo da Cepal indicam que cerca de 167 milhões de latino-americanos, ou 28,1%, estavam na condição de pobreza em 2013. Ou seja, isso mostra que a situação do Brasil difere dos demais países da região.

"A recuperação da crise financeira internacional não parece ter sido aproveitada suficientemente para o fortalecimento de políticas de proteção social que diminuam a vulnerabilidade frente aos ciclos econômicos", afirmam os especialistas do Cepal no relatório intitulado "Panorama Social da América Latina 2014".

Ainda de acordo com informações da reportagem do "Estadão", a direção do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) barrou por três meses, a divulgação de um relatório técnico da sua área de estudos e políticas sociais, que divulgaria análises semalhantes à da Cepal sobre o quadro de pobreza no Brasil.

O documento da Cepal é montado a partir de dados levantados por cada país. No caso brasileiro, os dados vêm da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). O estudo da PNAD, apesar de mostrar uma melhoria do indicador de pobreza no país, indica que, em 2013, o Brasil continuava sendo o pais com maior desigualdade de renda na região. Parte disso decorre justamente da piora do indicador de pobreza extrema.

Procurado pelo "Estadão", o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) afirmou, por meio de sua assessoria, desconhecer os critérios de análise e formação dos indicadores de pobreza e de extrema pobreza da Cepal. O ministério informou que o governo brasileiro trabalha com o conceito do Banco Mundial e da organização das Nações Unidas (ONU), que considera extrema pobreza alguém que vive com menos de US$ 1,25 por dia. A taxa de extrema pobreza aumentou de 2,9% para 3,1% entre 2012 e 2013, segundo o MDS.

"Entre 2001 e 2013 a taxa de extrema pobreza teria caído mais da metade, saindo de 8,1% para 3,1% da população; a taxa de pobreza teria caído quase três vezes, passando de 22,8% para 7,9%", cita o ministério em estudo técnico divulgado no fim do ano passado.


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