23/01/2015 às 15h00min - Atualizada em 23/01/2015 às 15h00min

Ex-ministro José Dirceu é investigado na Operação Lava Jato

Justiça quebrou os sigilos fiscal e bancário após análise de documentos.

Fonte: G1 Paraná, com informações da TV Globo - Foto: Reprodução / Internet
Fonte: G1 Paraná, com informações da TV Globo - Foto: Reprodução / Internet

A Justiça Federal determinou a quebra do sigilo bancário e fiscal do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, do irmão dele Luiz Eduardo de Oliveira e Silva e da empresa JD Assessoria e Consultoria Ltda., que pertence aos dois. Segundo o Ministério Público Federal, a empresa recebeu recursos de empreiteiras ligadas ao esquema de corrupção na Petrobras, desvendado pela Operação Lava Jato.

De acordo com a decisão, a JD Assessoria e Consultoria recebeu, entre 2009 e 2013, R$ 3,7 milhões, das construtoras Galvão Engenharia, OAS e UTC. As três empresas tiveram executivos presos em novembro de 2014, quando foi deflagrada a sétima fase da Lava Jato.

Com a quebra de sigilo, os procuradores querem saber se a JD Assessoria e Consultoria foi ou não beneficiada pelo esquema de distribuição de dinheiro desviado da Petrobras.

A quebra do sigilo fiscal foi autorizada entre o período de 1º de janeiro de 2005 a 18 de dezembro de 2014. Já o sigilo bancário foi quebrado entre 1º de janeiro de 2009 e 18 de dezembro de 2014.

O MPF chegou à empresa de Dirceu ao analisar documentos da Receita Federal (RF) que mostram transferências bancárias das construtoras.

Pela Galvão Engenharia, aparece a rubrica de "consultoria" para justificar pagamentos mensais de R$ 25 mil à JD Assessoria e Consultoria. O total desses pagamentos soma R$ 725 mil. Da mesma forma, nos registros da OAS, os procuradores encontraram pagamentos mensais de R$ 30 mil, que totalizaram outros R$ 720 mil.

No caso da UTC, foram encontradas transferências no valor de R$ 1,3 milhão, em 2012, e de R$ 939 mil, em 2013. A explicação para os pagamentos foi "consultoria, assessoria e auditoria".

Em nota, José Dirceu confirma que prestou serviços de consultoria às empresas citadas no documento da Justiça Federal. O ex-ministro se colocou à disposição para prestar esclarecimentos à Justiça. No período investigado pelo MPF, Dirceu não exercia nenhuma função pública.

Outro lado
A Galvão Engenharia informou que não vai se pronunciar sobre as suspeitas. A UTC Engenharia reconheceu que contratou a JD Assessoria e Consultoria para a prospecção de negócios de infraestrutura no Peru e na Espanha. Na construtora OAS, ninguém foi encontrado para comentar as suspeitas.

Já o Palácio do Planalto não quis comentar a denúncia do advogado de Gerson Almada, de que o dinheiro desviado da Petrobras seria usado para pagar a base aliada do governo.


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