13/11/2017 às 01h20min - Atualizada em 13/11/2017 às 01h20min

Santa Casa de São Roque fala sobre morte de gestante e bebê no hospital

Em nota, irmandade afirma que não fugirá a responsabilidade, mas pede que população não julgue o hospital até que todos os fatos sejam apurados

Da Redação - Foto:Arquivo JE
Da Redação - Foto:Arquivo JE

A Santa Casa de São Roque emitiu uma nota sobre a morte da gestante Bruna Stephanie Pires, de 28 anos, que morreu no hospital juntamente com seu bebê na manhã deste sábado (12). A jovem chegou a ser atendida no hospital e liberada, porém a família afirma que a mãe recebeu alta ainda com fortes dores e ao chegar em casa, teria passado mal novamente e apesar de ser socorrida pelo Serviço de Emergência e dar entrada no hospital, não resistiu e veio a falecer.

Em nota a irmandade afirma que está averiguando a situação, apresentando um histórico sobre o que teria vitimado a jovem, e ao afirmar que não fugirá a responsabilidade, mas pede que população não realize julgamentos precipitados antes que todos os fatos sejam averiguados.

Infelizmente este é o segundo caso de morte envolvendo a irmandade que repercute fortemente na região. Em agosto deste ano um bebê recém-nascido morreu após um parto ocorrido na Santa Casa após ter sofrido uma lesão grave no pescoço durante o parto, realizado com o uso de fórceps. O caso ainda está sendo investigado pelas autoridades.

Confira na integra a nota oficial da Santa Casa de São Roque

O que há por trás de tanta má intenção?

A PROVEDORIA E DIRETORIA DA SANTA CASA DE SÃO ROQUE VEM POR MEIO DESTA ESCLARECER QUE na data de ontem, 11/11, deu entrada no Pronto Atendimento da Santa Casa de São Roque, por volta das 12horas e 40 minutos a jovem Bruna S. Pires,  gestante entre 38 e 40 semanas já em parada cardiorespiratória. A Santa Casa foi informada da vinda desta paciente 40 minutos antes de chegar, devido à distância e difícil localização. Mesmo assim a equipe médica do Pronto Atendimento realizou manobras de ressuscitação sem sucesso. Era o início de uma tragédia com final obscuro e cheio de interrogações e pré-julgamentos.

 O Aneurisma que acometeu a paciente Bruna Pires, é um problema vascular de maior mortalidade e acomete mais homens que mulheres, a partir dos 50 anos, aproximadamente. A incidência cresce com a idade. Cerca de 4% da população sofre com o problema e, em pessoas com mais de 60 anos, o percentual aumenta para 6%.

Importante frisar que dor abdominal atípica ou dor nas costas podem estar presentes em casos de AAA, mas não são sintomas específicos, uma vez que a maioria dos casos é SILENCIOSA, e em geral são achados ocasionais durante exames de imagem para outras finalidades diagnósticas. 

Quando ocorre a ruptura do Aneurisma a taxa de mortalidade é altíssima, algo em torno de 90%. O que leva à morte é exatamente esse buraco que se abre na parede da Aorta Abdominal, com quadro de hemorragia interna severa e que pode matar em minutos.

A maior parte dos pacientes, algo em torno de 75%, não apresentam sintomas, e tudo pode acontecer muito rápido. Os diagnósticos chegam por meio de exames clínicos destinados a outros fins, muitas vezes solicitados por médicos de outras especialidades.

Por apresentar um quadro muitas vezes assintomático, vários pacientes, habitualmente, não são diagnosticados, e, quando o são, já estão com diâmetros aumentados ou com complicações decorrentes da doença.

Não se pode deixar de observar que o quadro de sintomas era totalmente inespecífico, e ainda em especial neste caso, a paciente estava totalmente fora da faixa etária sem qualquer dado prévio, incluindo o pré-natal, que nada detectou. Na carteira de pré-natal nada consta. Nenhuma complicação diagnosticada por 9 meses durante toda a gestação. Nem mesmo nos prováveis exames de ultrassonografia realizados de forma preventiva e protocolar foram encontrados indícios do que acometeria a paciente Bruna.

Uma tragédia sem medida, principalmente para a família.

Procurar culpados é sempre nossa primeira ação.

Nada mais justo.

Mas estabelecer culpa a quem quer que seja num quadro clínico tão difícil, principalmente se mencionarmos a concomitância de gestação de 38 a 40 semanas sem qualquer antecedente mórbido.

Diante do ocorrido, é evidente que se está diante de uma tragédia, sobretudo para a família, entretanto, tudo torna-se muito nebuloso quando se verificam manifestações anônimas que apenas levantam hipóteses tolas e conclamam a população a atirar pedras sem saber ao certo quem são os culpados.

Sem qualquer dúvida, todo o ocorrido merece e terá uma apuração rigorosa e pautada por especialistas da área para podermos ter uma conclusão justa e perfeita e então apontar, se houver, quem são os culpados, não se pode esquecer que existem órgãos sérios, profissionais e capacitados para essa investigação.

O que não se pode aceitar, nestes tempos de ânimos acirrados e que sistematicamente tem acontecido com a Santa Casa, é a realização de um linchamento moral nas redes sociais, a qual ultimamente vem sendo vítima de difamação em redes sociais e outros canais, mas as pessoas se esquecem que amanhã são elas que poderão necessitar da Santa Casa. Cabe lembrar que casos anteriores amplamente divulgados tiveram como fim perícias inconclusivas que reforçam que a Santa Casa vem cumprindo seu papel de prestar atendimento digno, humano e com qualidade.

Nunca podemos  esquecer que a Santa Casa de São Roque é único hospital da microrregião e está em fase de reestruturação.

A Santa Casa de São Roque realiza em torno de 150 procedimentos obstétricos  e 8.500 (oito mil e quinhentos) atendimentos no Pronto Atendimento por mês, e insista-se 95% de seus pacientes são do Sistema Único de Saúde - SUS, ou seja, de população sem acesso a medicina privada, cerca de dez por cento da população da cidade passa pela Santa Casa todos os meses.

É para esta população que devemos apurar os fatos e determinar responsabilidades, com seriedade e imparcialidade. A Santa Casa não fugirá de suas responsabilidades, não dificultará qualquer investigação e sempre estará de portas abertas para a população.

Não julguem ou sentenciem sem base sólida, os boatos, as más intenções, e mesmo o julgamento precipitado poderão destruir o único ponto de socorro de uma imensa quantidade de pessoas.

Não se deixem enganar por aproveitadores de plantão que usam a desgraça de poucos para autopromoção.

Pessoas inclassificáveis.

Cobrem e fiscalizem com responsabilidade.

Os fatos apontam para uma tragédia de difícil estabelecimento de culpa.

Não se envolva numa manobra orquestrada por grupos anônimos, cujo interesse é a desestabilização da Santa Casa de São Roque.

Por fim, a Provedoria e a Diretoria da Santa Casa de Misericórdia de São Roque manifesta o seu profundo pesar pelo ocorrido.

FISCALIZE E COBRE, MAS SOBRETUDO PRESERVE O PATRIMÔNIO DA SOCIEDADE DE SÃO ROQUE.

 


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