24/08/2017 às 22h18min - Atualizada em 24/08/2017 às 22h18min

José Crespo tem mandato cassado pela Câmara Municipal de Sorocaba

Prefeito era acusado de crime de quebra de decoro e prevaricação na confusão após polêmica sobre ex-assessora com a vice-prefeita, Jaqueline Coutinho (PTB).

O prefeito de Sorocaba (SP), José Antonio Caldini Crespo (DEM), teve o mandato cassado após quase 10 horas de sessão extraordinária na Câmara de Vereadores.

A decisão foi divulgada às 21h53 desta quinta-feira (24) e é a primeira vez na história da cidade que um chefe do Executivo é afastado do governo.

O mandato de Crespo foi cassado após 14 vereadores votarem a favor do relatório da Comissão Processante que concluiu que houve quebra de decoro e prevaricação na polêmica envolvendo o prefeito e a vice Jaqueline Coutinho (PTB).

O grupo apurou a denúncia do uso de um diploma falso por Tatiane Regina Polis, então assessora direta de Crespo, para assumir o cargo.

Crespo já foi deputado estadual e vereador em Sorocaba. Nas eleições de 2016 recebeu 182.833 votos, o que corresponde a 58,48% dos votos válidos, e foi eleito chefe do Executivo.

A sessão
A sessão extaordinária começou às 12h36 com a leitura de parte do relatório final feita pelo presidente da Comissão Processante Fausto Peres (Podemos) por aproximadamente duas horas.
A leitura do relatório final começou às 12h50 e terminou às 14h34. Peres leu o documento que registrou irregularidades na documentação da ex-assessora Tatiane Polis e deu detalhes da reunião entre Jaqueline e Crespo, que resultou na polêmica política.

Em seguida, o vereador João Donizeti (PSDB) leu o inquérito policial. Na sequência, 12 vereadores a favores do relatório que pedia a cassação do prefeito discursaram por aproximadamente 15 minutos cada um.
Às 17h, o advogado de José Crespo, Ricardo Vita Porto, que defendeu Tiririca em investigação sobre analfabetismo, apresentou os argumentos da defesa e ressaltou que a confusão de Crespo e Jaqueline foi um "fato absolutamente corriqueiro" e que qualquer exaltação é "um fato muito pequeno para que a Câmara perca um dia inteiro".
Pouco mais de 40 minutos depois, a sessão foi suspensa por mais de uma hora para que o jurídico da Câmara analisasse dois pedidos de impedimento para votação.
Renan Santos (PC do B) afirmou que Anselmo Neto (PSDB) não poderia votar porque ele era secretário e acompanhou as oitivas da Comissão Processante na condição de procurador da prefeitura.
Anselmo Neto, por sua vez, afirmou que Renan não poderia votar porque a denúncia que originou todo o processo contra Crespo na Câmara partiu do chefe de gabinete do pecedebista: Helder Abud Paranhos.
A sessão foi retomada às 19h10 e o jurídico da Câmara decidiu que o vereador Renan dos Santos não estava impedido de votar. Já no caso de Anselmo Neto, foi determinado que o parlamentar fosse substituído pelo suplente, JP Miranda.
No entanto, o vereador Marinho Marte questionou a decisão e a sessão foi novamente interrompida por 40 minutos e retomada às 20h11.
A comissão jurídica decidiu novamente pela autorização do vereador Renan dos Santos, questionada por Marinho Marte conforme a primeira vez.
Houve um intenso bate-boa entre Anselmo Neto, Rodrigo Manga, Irineu Toledo e Fernando Dini. No entanto, por volta de 21h30, o presidente da Câmara decidiu abrir para votação o pedido de cassação de Crespo.
Encerrada a votação, o presidente da Câmara Rodrigo Câmara proclamou o resultado da votação e fez a ata imediatamente. Em seguida, Manga expediu o decreto legislativo, no qual constou a cassação do mandato do prefeito.

Por fim, o decreto entrará em vigor e uma cópia será encaminhada à Justiça Eleitoral.

 


Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Comentar

*Ao utilizar o sistema de comentários você está de acordo com a POLÍTICA DE PRIVACIDADE do site https://jeonline.com.br/.